sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Paranapiacaba

De repente o sol desaparece e as nuvens tomam conta de tudo. A cena até parece extraída de algum filme de aventura, mas é vista com freqüência por aqueles que moram em Paranapiacaba ou vão pela primeira vez à antiga vila ferroviária.
A neblina permite que se descubra a vila pouco a pouco. Paranapiacaba tem atrativos especiais que valem a pena uma visita. Encravada no topo da Serra do Mar, Paranapiacaba, que em tupi-guarani quer dizer de onde se avista o mar, se destaca por ser a última estação de trem da Rede Ferroviária Santos-Jundiaí localizada no planalto do Piratininga. A vila preservou por mais de um século os traços arquitetônicos nas ruas e nas casas, o astral da antiga estação de trem e a neblina dão a impressão que estamos em um bairro de Londres.

O distrito possui inúmeros atrativos que começam nas originais placas de logradouros, cunhadas em ferro, instaladas no início do século passado para orientar os pedestres, ou nas dezenas de casas em madeira, tijolo e telhas francesas do século XIX, que deram abrigo a engenheiros, chefes de estação e operários que trabalharam na ferrovia.

Um vista imperdível é o museu ferroviário que guarda um raro acervo da São Paulo Railway Company, como as locomotivas Maria Fumaça e vagões imperiais, construídos especialmente para transportar D. Pedro II. Todo o conjunto da Vila Ferroviária foi tombado em 1987 pelo Condephaat. Neste museu, há peças valiosas como a Locomotiva 15 (1862), a segunda mais antiga do Brasil. Outro ponto que se destaca em Paranapiacaba é o Castelinho, construído em 1897, onde morava o engenheiro-chefe de São Paulo Railway. Hoje, funciona ali o Centro de Preservação da Memória de Paranapiacaba, que reúne objetos usados na época dos ingleses. Porém, nem só de Patrimônio Histórico vive o distrito. As trilhas e os passeios pela Serra do Mar fazem a alegria tanto de jovens da terceira idade como da galera radical.




Trilhas
Paranapiacaba tem atrativos que exigem mais de uma visita para conhecê-los. O Parque Natural Municipal de Paranapiacaba, por exemplo, é um lugar onde a exuberância da Mata Atlântica se manifesta. Este parque dispõe de várias trilhas e estradas que podem ser percorridas por aqueles que gostam de esporte de aventura. As trilhas do parque, porém, têm a visitação controlada e são realizadas com monitores ambientais, todos moradores da vila e capacitados pela Prefeitura de Santo André em conjunto com o Instituto Florestal.

Solange Aparecida é vice-diretora da Ecoverde Paranapiacaba, entidade formada por moradores da vila que defendem o meio ambiente, a história e presta serviços aos visitantes. "Temos 28 monitores treinados e capacitados para atender grupos grandes ou pequenos, sejam estudantes, escoteiros, estrangeiros, melhor idade", adianta.

É importante destacar que a Prefeitura de Santo André, por meio da Guarda Municipal, possuem serviços de vigilância no Parque Natural Municipal, o que permite a circulação de apenas pessoas que estejam incluídas nos roteiros da Associação dos Monitores Ambien-tais de Paranapiacaba (AMA) ou da Ecoverde Paranapiacaba.


Outra atrativo são as trilhas. Confira algumas:

Trilha da Pontinha - Com pouco mais de 1 km e duração de 40 minutos, é uma trilha fácil onde é possível apreciar muitas espécies da flora, como o manacá-da-serra e as bromélias. Indicado para grupos de estudantes e maior idade. Nível de dificuldade: pequeno.



Trilha da Água Fria - Com um percurso de 1,2 mil metros pela mata e duração de 30 minutos. É possível absorver a grandeza da Mata Atlântica com suas inúmeras nascentes e espécies vegetais, como o manacá-da-serra, ipê roxo e ipê amarelo. Nível de dificuldade: pequeno



Trilha da Comunidade - Esta trilha leva às ruínas de uma antiga comunidade no topo da serra, depois de uma caminhada de aproximadamente 1,4 mil metros com acentuadas inclinações e desníveis. Gasta-se em média 1h30. Nível de dificuldade: médio



Trilha do Mirante e Cachoeira do Escondido - A Trilha do Mirante pode ser desdobrada com a Trilha da Cachoeira do Escondido. Até o mirante gasta-se em média 50 a 60 minutos e o grau de dificuldade é médio. Ali, geralmente antes das 9h da manhã, período em que a cerração ainda permite, é possível avistar boa parte da Baixada Santista, como o Guarujá, Santos e Cubatão. No cume do mirante, alcançamos uma altitude de 1.015 metros. Para atingir a Cachoeira do Escondido se gasta cerca de 1h e 30 minutos, a partir do mirante. É um início de descida de serra entre trilhas serpenteantes e geralmente muito íngremes. Um clima característico é possível perceber na Serra do Mar, diferente de outros climas que podem estar ocorrendo em São Paulo ou mesmo em Santo André.

Área de Interpretação Ambiental - Olho D'Água e Tanque do Gustavo - Nesta área é possível conhecer o sistema de reservatórios implantados pelos ingleses no final do século XIX para o abastecimento da Vila. Os dois locais são privilegiados para contemplação da Mata Atlântica e da perfeita integração entre a engenharia e a natureza.

Trilha Raiz da Serra - A mais longa trilha é a Raiz da Serra, com oito horas de caminhada até a base da serra, em Cubatão.


Como chegar a Paranapiacaba
De carro - Seguir pela via Anchieta até o km 29 (placa para Ribeirão Pires), entrar na SP 148 (estrada Velha de Santos), até o km 33 e pegar a rodovia Índio Tibiriçá (SP 31) até o km 45,5. Daí pegar a SP 122 até Paranapiacaba.



De ônibus - A linha 040 Paranapiacaba, da Viação Ribeirão Pires, parte do Terminal Rodoviário de Santo André (Tersa) a cada 40 minutos a partir das 4h30 durante a semana e, aos finais de semana, a partir das 5h. Também partem ônibus que fazem a integração com o trem na Estação de Rio Grande da Serra a cada hora a partir das 4h30.

De Trem - Da Estação da Luz, em São Paulo, viaja-se cerca de 50 minutos até Rio Grande da Serra. Ali toma-se um ônibus que em 10 minutos chega a Paranapiacaba.

Mais informações: Associação dos Monitores Ambientais de Paranapiacaba (AMA), pelo telefone 4439-0155 ou Ecoverde Paranapiacaba, telefone 4439-0116
 
Faz teeeeeeempo que eu não vou.. unff

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